sábado, 16 de junho de 2012

Iluminação: o flash

Ainda farei um post exclusivo sobre os flash, onde falaremos sobre flashs externos e a escolha de um bom flash. Neste, vou dar dicas gerais sobre o seu uso.

Símbolos comuns para a regulagem do flash. Da esquerda para a direita: ligado, automático e desligado.

De uma forma geral, o flash pode ser usado quando o objeto fotografado encontra-se próximo da máquina (próximo, não colado). Objetos muito próximos podem fazer a luz "estourar". Para as máquinas compactas, uma distância maior que três ou quatro metros já reduz a eficiência do flash. É claro que essa distância pode variar. Grosso modo, quanto mais sofisticada a câmera, maior sua capacidade de ajustar-se a condições de excesso ou falta de luz. As imagens abaixo mostram um pouco do efeito provocado pela distância na eficiência do flash. Todas as fotografias foram realizadas no escuro, com uma máquina compacta, no modo automático. A diferença é a distância dos objetos e o uso do zoom. Observe que mesmo que a máquina tente compensar o flash com outros ajustes, o resultado nem sempre agrada.

Distância menor que um metro. As partes que encontram-se a uma distância maior tem menos problemas.

Distância de pouco menos de dois metros.

Distância de mais de quatro metros. Apesar de uma luz mais uniforme, o centro da imagem fica mais cinzento e a imagem tem uma espécie de sujeira, que chamamos de ruído.

Além da distância, a quantidade de luz também determina a necessidade ou não do flash. Pouca luz, ligue o flash. Muita luz... ligue o flash! Sim, é isso mesmo. O flash não é usado apenas para substituir a luz, mas para compensar as sombras formadas por ela. Chamamos isso de luz de preenchimento. Quando a luz forma muitas sobras, devemos usar o flash para reduzí-las.

O sol produz uma sombra forte nas imagens. Essa sombra pode ser atenuada se for utilizado o flash na potência máxima. Nessa situação, utilize o flash obrigatório e não o flash automático.

Quando for fazer uma fotografia à noite, você deve usar o flash se o principal objeto fotografado estiver próxima a você. Mas é melhor não liga-lo se a distância entre o objeto e a maquinar for grande. Nesse caso, use um tripé ou um apoio, ligue o timer, desligue o flash e peça que os modelos não se movam. Você vai se surpreender com o resultado. Se sua máquina permitir controlar o tempo de exposição, experimente deixa-la aberta por dois segundo ou mais. Caso a primeira imagem não fique boa, vá ajustando o tempo de exposição. Até obter um resultado interessante.


Observe o resultado dessas duas imagens. Na foto de cima foi usado o flash e na de baixo não. Veja que o flash só alcança o vaso. Tudo que está depois fica no escuro. Já na imagem sem flash toda a rua está iluminada. A cor amarelada é resultado do tipo de lâmpada da iluminação pública.

Atenção com o uso do flash. Normalmente, a máquina regula a sua luz para que o objeto que encontra-se no primeiro plano fique bem iluminado. O resultado disso é que, normalmente, tudo aquilo que fica atrás do objeto fotografado fique mais escuro. Em uma grande mesa, o resultado de uma fotografia com flash é que as pessoas mais próximas ficam bem iluminadas (as vezes iluminadas demais) e as do fundo ficam no escuro. Avalie se não é melhor desligar ou reduzir o flash. Nas máquinas com flash externo ou articulado, rebata a luz, apontando o flash para cima ou para o lado.

Com o flash ligado no automático, as pessoas que estão no primeiro plano ficam bem iluminadas e as do fundo, no escuro.

Já com a redução da potência do flash, o fundo da mesa fica melhor iluminado.


Em breve falaremos um pouco mais sobre o uso do flash.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Iluminação: o Sol

Os melhores horários para fotografar são no início da manhã e no fim da tarde. A quantidade de luz e o seu ângulo melhoram as cores (principalmente do céu) e deixam as sombras mais suaves.

O sol de meio dia é o pior, principalmente para fotografar pessoas. A luz forte e vinda de cima deixa sobras muito marcantes (principalmente nos olhos). Caso tenha que fazer fotografias próximo a esse horário, utilize o flash para reduzir as sombras. É isso mesmo, com muita luz, às vezes é melhor usar ainda mais luz para preencher as sombras.

Fotografia realizada após 11h. Observe os olhos apertados e a sombra.

As nuvens, se não forem muitas, podem ajudar a diminuir a força da luz do sol e as sombras nos objetos exposto ao sol do meio dia.

O senso comum costuma dizer que nunca se deve fazer uma fotografia contra a luz. O ideal seria que o sol ficasse atrás do fotógrafo e de frente para o objeto. Isso nem sempre é verdade. Imagine o sol de 9h30. Ao fazer uma fotografia nesse horário, muito fotógrafo ficaria de costas para o sol para que sua luz incidisse no rosto das pessoas, como foi feito na imagem a seguir:

Observe os olhos apertados e a sombra.

De fato, essa forma de se posicionar aparentemente não provocaria problemas com a iluminação. O problema é que as pessoas tenderão a apertar os olhos para se proteger do sol no rosto. Também ocorre uma sombra forte nos olhos, o que só piora a situação.

Se a posição fosse contrária, com as pessoas entre o fotógrafo e o sol o resultado, segundo o senso comum, seria pior. A razão disso seria que o objeto fotografado ficaria coberto por uma sombra, como na seguinte fotografia:

O azul do céu estava até bonito..

Mas observe a fotografia abaixo realizada no mesmo horário e local, com a mesma máquina e regulagem. A única diferença foi o flash:

A única diferença foi o flash ligado.

Observe que, nessa situação, os olhos da pessoa fotografada permanece aberto e a sombra desaparece. Essa situação é melhor que as duas anteriores. Mas ainda existe uma forma melhor de utilizar o sol e o flash em fotografias ao ar livre:

Nesse caso, as sombras ajudam a mostrar o real volume dos objetos. Compare as cores e os detalhes desse fotografia com a imagem anterior. Observe a testa do rapaz nas duas imagens e perceba que na primeira ela tem menos detalhes.

Nessa situação é melhor que o fotógrafo se posicione de lado para o sol e mantenha o flash ligado, de preferência na máxima potência, para reduzir as sombras. Atenção: não coloque o flash no automático pois a câmera pode calcular que não há necessidade de luz extra e desligar o flash. Essa regulagem não costuma ser possível no modo de fotografia automática. Se sua máquina tiver essa opção, utilize o modo "P", que é semelhante ao automático, mas permite regulagens.

Uma fotografia realizada contra a luz também pode ser usada para obter efeitos muito interessantes. Basta que o sol esteja coberto pelo modelo ou objeto fotografado. O objeto terá um contorno brilhoso. Não esqueça de usar o flash para eliminar ou reduzir as sombras.


Em algumas situações as sombras podem não ser um defeito. Experimente fotografar algumas situações ao nascer ou ao pôr do sol.



A seguir vamos ver mais dicas de iluminação por meio do flash.

domingo, 10 de junho de 2012

A Iluminação

Fotografia. Na sua origem, essa palavra significa algo como “escrever” ou “desenhar com a luz”. Já falei da importância do enquadramento. Para um fotógrafo amador, aprender a enquadrar as suas fotografias é o caminho mais rápido para melhorar suas fotografias. O passo seguinte é compreender como a luz interfere na suas imagens.

Antes das máquinas digitais, essa era uma preocupação só para os usuários avançados. Um usuário comum só tinha duas alternativas: ou a luz era boa ou não. Não havia muito que fazer quando ocorresse problemas de iluminação. Algumas máquinas não possuíam nem a opção de desligar o flash, para que o usuário não corresse o risco de exagerar na luz. A única margem de manobra dessas pessoas era comprar um filme mais sensível (ISO 400). Hoje, está tudo à mão, mas a maior parte das pessoas não sabe o que pode fazer e acaba deixando a máquina no automático. O resultado costuma se razoável, mas erros acontecem.

Antes de mais nada, é importante entender que uma máquina funciona como o olho humano só que é mais fraca, ou seja, precisa de mais luz. Muito mais luz. Por isso uma imagem que parece clara para o nosso olho, pode parecer escura na hora em que você vê o resultado na câmera. Também é essa a razão de a luz de um flash ser tão forte.

A primeira coisa a conhecer sobre iluminação é que tudo na fotografia foi desenvolvido para que a imagem fique boa quando feita ao ar livre, com céu limpo. Esse é o melhor dos mundos. Um dia nublado é suficiente para gerar uma pequena dificuldade. Uma fotografia feita em um ambiente fechado é um problemão. No escuro, muito pior.

Utilizando a regulagem correta, é possível realizar fotografias noturnas sem o uso de flash. Na imagem acima, realizada com uma Canon PowerShot A95, a máquina foi fixada a um tripé, abertura 2,8 e o sensor exposto por 15 segundos. 

Para essas situações foram desenvolvidas soluções para compensar a deficiência luminosa. O flash é a solução mais conhecida... e a menos aproveitada. Também é possível modificar a sensibilidade do sensor (ou do filme), o tal ISO, ou ASA. Nas maquinas com mais recursos dá para abrir a lente para entrar mais luz, aumentar o tempo que o sensor fica exposto... Na maioria das máquinas é possível observar um medidor da luz que entra pela lente, o fotômetro, que indica graficamente se há luz de mais ou de menos. Todas essas funções serão detalhadas em breve. Por enquanto vamos ficar com algumas dicas para aproveitar os dois recursos mais interessantes: o sol e o flash.

sábado, 9 de junho de 2012

O disparo

Ué? Não é só apertar o botão? Para que falar sobre o disparo? Será que alguém pode errar na hora de apertar um botão? A resposta é “sim, pode”.

Nas antigas máquinas compactas de filme, o disparo era realmente uma ação que não costumava gerar maiores problemas. Aquelas máquinas tinham a lente fixa, concebida para que o máximo de objetos na imagem estivessem focados. O botão de disparo realizava um movimento único, no qual o filme era exposto durante um tempo fixo, não importando se havia luz ou não. Em suma, o disparo em si não interferia muito na fotografia.

Já nas câmeras digitais os procedimentos que antecedem o disparo interferem diretamente no resultado na imagem. Entre o momento que seu dedo toca o botão e o surgimento da imagem na tela a máquina realiza ajustes no foco, quantidade de luz que passa pela lente e que sai do flash, profundidade de campo focal, quantidade de tempo que a sensor permanecerá exposto, a sensibilidade (ISO) necessária para uma boa exposição...

Cada um desses assuntos será objeto de um post específico. Alguns deles só poderão ser realmente ajustados em uma máquina mais avançada. Mas todos eles estão presentes na sua máquina, por mais simples que ela seja. Resultado da incorporação de recursos que antes eram exclusividade das câmeras mais caras e das reflex. Aqui nós vamos ver aquilo que está presente em qualquer câmera digital, inclusive nos celulares.

Você sabia que o botão de disparo de sua câmera não tem apenas a posição “solto” e “apertado”? Pois é, existe uma posição intermediária, uma pequena resistência no botão antes que ele pare de se mover para baixo. Faça o teste: segure sua câmera, ponha o dedo sobre o botão e pressione ele bem de leve. Vai surgir uma primeira resistência ao seu movimento. Nesse momento, a tela vai ajustar o foco da imagem até que apareça um quadrado (pode ser apenas os cantos do quadrado) na cor verde, vermelho ou amarelo (de acordo com o modelo). É nesse ponto que a máquina fará todos os ajustes necessários para que a imagem fique adequada à luz que entra pela lente. Vamos chamar esse ponto de “meio curso” ou “meio disparo”. Apertando o botão um pouco mais ocorre o disparo propriamente dito. Nesse momento o sensor é exposto, a luz entra pela lente e a imagem é formada.


Nos celulares, como não existe botão físico, esses ajustes são realizados automaticamente ou, nos aparelhos mais avançados, quando você toca um ponto na tela que não seja o botão virtual. O celular vai entender que você quer medir a iluminação naquele ponto específico. É possível travar aquele ajuste tocando um cadeado.

Então, o que devemos fazer na hora do disparo para não estragar uma fotografia ao apertar o botão? Vamos lá:

1º) Segure a máquina corretamente: “E existe uma forma correta de segurar a máquina?” Sim, existe. Nas máquinas reflex e nas compactas maiores, a forma correta de segurar a máquina é com a mão esquerda aberta com a palma para cima, deixando a câmera completamente apoiada sobre a palma da mão, e com a mão direita empunhando o lado da câmera com o indicador sobre o botão de disparo.
Isso serve para que a máquina não balance durante o disparo, para que o polegar e o indicador esquerdo possam girar os anéis da lente (no caso das lentes intercambiáveis), e para que não haja risco de um dedo aparecer na sua imagem. Também permite que algum ajuste rápido possa ser feito pelo polegar direito. Isso vale mesmo para os canhotos, já que não existe câmera com disparador do lado esquerdo.

Essa forma de segurar a máquina proporciona estabilidade e rápido acesso aos principais comandos.

Nas máquinas compactas menores, essa pegada também pode ser adotada, mas você pode achar a posição estranha. Nesse caso, você pode utilizar o polegar esquerdo levantado, apoiando lateralmente a câmera, fazendo um “L” com o indicador ou o dedo médio, que apoiará a base da câmera. Caso ainda ache isso estranho, segure a máquina da maneira mais confortável, com muito cuidado para que nenhum dedo vá para a frente da lente.

Como as digitais não precisam ser levadas ao olho, essa posição deixa a máquina mais firme e evita que seu dedo apareça na imagem.

2º) Pressione o botão a meio curso e aguarde: espere que a máquina focalize a imagem e faça a correta medição da luz. O tempo de espera vai depender da qualidade da máquina e do objeto que está sendo fotografado. Quanto maior o contraste entre as partes do objeto, ou entre o objeto e o fundo, maior a facilidade para a máquina fazer o foco. Caso a máquina tenha dificuldade de focalizar, repita a operação posicionando no centro do monitor alguma linha ou fronteira entre cores diferentes no objeto fotografado. Nas máquinas reflex, olhando pelo visor, posicione essas linhas em um dos quadrados ou pontos que indicam as regiões de foco. Ambientes escuros e grandes planos com uma só cor também dificultam a focalização.

A marca que indica o foco varia de um modelo de máquina para outro. No monitor, ela costuma ser verde. No visor das máquinas reflex, o ponto do foco costuma ser indicado por um retângulo ou um ponto vermelho.

3º) Confira se o foco realmente está sobre o objeto principal: Ainda com o botão a maio curso, observe no monitor se a marca (ou as marcas) verde está sobre o objeto que você quer que esteja focalizado. De acordo com o sistema de focagem da máquina, o foco estará no centro da imagem, ou no primeiro plano. Leia o manual para saber como regular essa função. Caso o foco não esteja no objeto que você deseja, repita a operação. Coloque o objeto no centro da imagem, focalize (meio disparo) e reposicione a imagem sem soltar o dedo do disparador. Lembre-se da regra dos terços! É nessa hora que você pode modificar ligeiramente o enquadramento (ainda com o disparador a meio curso), posicionando os elementos mais importantes nos pontos onde as linhas imaginárias de cruzam.

4º) Prenda a respiração: Lugares com pouca iluminação podem fazer com que a máquina deixe o sensor exposto por muito tempo. Isso fará que o mínimo movimento da sua mão, até sua respiração ou o próprio movimento do disparo faça sua imagem sair tremida. Nesse caso, o ideal é usar um tripé e programar o timer da sua máquina (aquele que você usa para apertar o botão, sair correndo e sair na foto). Caso não tenha um tripé, procure apoiar a máquina em um plano. Outra opção é apoiar bem o seu corpo e prender a respiração antes de disparar. O flash também ajuda a compensar esse problema, pois para ele funcionar a máquina ajusta a velocidade do disparo e a luz forte ajuda a “parar” alguns movimentos.

5º) Dispare: e que eu pensava que era só apertar o botão...

sexta-feira, 8 de junho de 2012

O enquadramento - parte 2

No post anterior vimos algumas orientações básicas de enquadramento. Agora vamos ver algumas dicas para valorizar suas fotos ainda pensando apenas no enquadramento, o preparo antes de disparar.

Diagonais valorizam a imagem: pode parecer bobagem, mas linhas diagonais ou objetos alinhados diagonalmente dão uma sensação de movimento a quem observa a fotografia. Esse tipo de sensação valoriza a imagem. Quando for fotografar um único objeto, busque um ângulo sob o qual as linhas do objeto apareçam formando diagonais. Quando for uma sequência de objetos faça com que a base ou o topo desses objetos tracem uma diagonal no plano da imagem.

Perceba como a diagonal traçada pelas bordas da fonte conduz o olhar do observador ao monumento

 No exemplo acima, a sequência de coqueiros traça a diagonal no fotografia.

Ao fazer retratos, use o zoom (tele ou meia tele): essa dica é simples e vai agradar as pessoas que você fotografar. Nunca tire um retrato de alguém se aproximando da pessoa. Uma fotografia tirada de perto deixa o rosto mais arredondado. Quando for fotografar o rosto de alguém, ou quiser fotografar uma pessoa da cintura para cima, afaste-se e utilize o zoom da câmera para que preencher o quadro com o “modelo”. O resultado será um rosto menos distorcido e um inimigo a menos.

8 mm (equivalente a 38 mm em uma câmera 35 mm)

23 mm (equivalente a 114 mm em uma câmera 35 mm)

As duas fotografias foram realizada com o mesmo ajuste. As únicas diferenças eram a distância do modelo e a posição da lente. Observe que a distância também ajuda a reduzir as sombras produzidas pelo flash.

Esse é um problema muito comum nas selfies. Como nesse tipo de fotografia esticamos nosso braço para afastar a câmera, os fabricantes usam lentes frontais que permitem um ângulo bem aberto na hora de fotografar, chamadas "grande angular". Essas lentes distorcem as laterais da imagem O resultado são imagens que deixam as pessoas mais inchadas do que são de fato, principalmente nas bordas do quadro. Por isso muita gente acaba fazendo a foto de cima para baixo. Com esse enquadramento a distorção é disfarçada, usando a deformação para confundir o observador. Quem usa esse truque sabe do que eu estou falando. A melhor opção é pedir a ajuda de alguém.

Como quase todas as máquinas hoje possuem uma lente zoom (dessas que você pode aproximar ou afastar o objeto apertando um botão), as lentes das máquinas compactas têm três posições básicas: grande angular, normal e tele (ou meia-tele). Nas posições grande angular, a máquina “afasta” os objetos. Essa posição tende a deixar as linhas nos cantos da imagem (e o rosto do fotografado) mais arredondado. Já nas posições tele (ou meia-tele), quando você “aproxima” os objetos com o zoom, esse efeito não acontece.

Já coloquei aqui um post sobre lentes. Nele falamos um pouco mais sobre esse as posições das lentes e suas aplicações na fotografia.

Veja bons trabalhos: até hoje, o que mais me ajuda a aprimorar minha técnica e meu olhar sobre o que será fotografado é ler sobre a obra de bons fotógrafos e ver bons trabalhos. Não é simplesmente olhar. É ver uma fotografia, gostar dela e pensar: o que foi que ele fez para chegar nesse resultado? Como ele regulou a máquina? Como ele ajustou a luz? O que eu precisaria fazer para fazer uma fotografia parecida com essa? Acredite: na maior parte dos casos, é possível fazer algo bem parecido com a sua máquina apenas pensando no enquadramento.

É claro que para fazer igual você vai precisar conhecer bem o seu equipamento, ler sobre técnicas de iluminação, entender os limites de sua máquina e os recursos que ela possui para te ajudar. E é exatamente assim que o hábito de ver bons trabalhos ajuda você a aprimorar sua técnica. Você vai ver algo diferente, se perguntar ou perguntar a alguém sobre como fazer aquilo e aprender um pouco mais.

Mas o principal é que seu olhar será treinado. De tanto ver formas diferentes de observar um mesmo objeto, você também vai começar a buscar formas diferentes de retratar algo aparentemente comum. Sua memória fotográfica também será aprimorada. Determinadas situações vão aguçar seu olhar e vão fazê-lo pensar: isso dá uma boa foto, como um despretensioso olhar pelo retrovisor ao entrar em uma avenida...


quinta-feira, 7 de junho de 2012

O enquadramento - parte 1

Depois de ver muitos trabalhos de bons fotógrafos, cheguei à conclusão que a principal diferença entre uma fotografia boa e uma ruim é o enquadramento, ou seja, o ponto de vista do fotógrafo sobre um tema. A luz, o tema, o momento do disparo, tudo isso é importante, mas o enquadramento, a forma como aquilo que está sendo fotografado aparece no quadro, altera a qualidade de tal forma que pode fazer a diferença entre uma foto comum e uma foto genial, mesmo quando todo o restante não colabora.

O legal é que esse é um fator que depende só do fotógrafo. A luz pode depender da sorte e de equipamentos. O tema exige muito esforço para procurar ou produzir a imagem certa. O momento do disparo depende, na maior parte das vezes, de sorte. O enquadramento depende só de você!

Enquadrar não é só colocar tudo o que se quer dentro da telinha, sem cortar a cabeça de ninguém. É preencher a tela de forma que seja destacado o que realmente queremos mostrar. São poucas dicas. Mesmo assim, no começo, pode parecer um pouco complicado lembrar de tudo. Mas com o tempo, a prática e o olho treinado, o seu enquadramento vai ser automaticamente correto. Vamos lá?

Preencha o quadro: Sabe aquela foto que todo mundo fica junto sorrindo. A maioria das pessoas enquadra as cabeças bem no meio da imagem e dispara. O resultado é que o céu ou o teto da sala aparece mais que as pessoas.

Essa forma de enquadramento é muito comum, quase intuitiva.

Observe a quantidade de espaço que não precisaria aparecer na imagem.

Na hora de fotografar, tente preencher todo o espaço visível com o máximo do tema fotografado sem cortar partes das pessoas.

Observe como esse enquadramento valoriza mais as pessoas e o próprio fundo da imagem.

No caso de uma foto em close é até possível cortar um pouquinho da cabeça para preencher bem o quadro.


Evite colocar os olhos das pessoas no centro da imagem. Como veremos logo a seguir, o centro da tela não é o lugar correto para enquadrar o que queremos destacar na imagem.

Tire o horizonte do centro: A tendência natural de quem fotografa uma paisagem é posicionar a linha do horizonte no centro da imagem. Com isso, o que você deseja mostrar, que normalmente está abaixo da linha do horizonte, passa a ocupar um espaço de pouco destaque. Por outro lado, se é o próprio céu que você deseja destacar (por causa de um detalhe, um conjunto de nuvens ou a própria cor), então a linha do horizonte deve ficar na parte de baixo da imagem, e não no centro. O fato é que quase nunca a melhor posição da linha do horizonte na foto é o centro.

 Para evitar que o enquadramento fique torto, muitos fotógrafos acabam posicionado o horizonte no centro da imagem, como na imagem acima. Observe abaixo o espaço que o céu ocupa no quadro sendo que esse não é o objeto da fotografia.


Uma pequena mudança na posição do horizonte e um enquadramento mais fechado valoriza as falésias e as ondas do mar.

A regra dos terços: Olhe a tela de sua máquina. Imagine que você vai dividi-la em três partes iguais na horizontal. Depois faça o mesmo na vertical. Sua tela ficaria assim:


Agora, olhe os quatro pontos onde as linhas se cruzam. Esses são os pontos mais valorizados da imagem. Na hora de enquadrar, procure posicionar os itens mais importantes da sua fotografia em algum dos quatro pontos. No caso da imagem acima, o ideal seria que o sol ou o campanário fosse posicionado em um desses pontos e não no centro. Um enquadramento melhor seria o da fotografia abaixo:

Veja como uma pequena mudança no posicionamento dos pontos de interesse no quadro valorizam a imagem. Compare essa imagem com a anterior.

Agora que você conhece os pontos mais importantes da sua tela, quando for fotografar, coloque aquilo que você quer destacar na imagem em um desses quatro pontos.


As duas fotografias são recortes diferentes de uma mesma imagem. Em ambas a torre ocupa a mesma área, mas estão em posições diferentes. Na primeira a torre ocupa uma posição central. Um pequeno deslocamento do quadro valoriza o cenário e harmoniza a composição.

É claro que existem assuntos que tornam quase impossível usar a regra dos terços. Numa foto de um grupo grande de pessoas, não dá para colocá-las apenas nos quatro pontos. Nesse caso, aplique a regra anterior e preencha todo o quadro.

Algumas máquinas trazem a opção de acionar a exibição de uma grade no monitor que auxilia no enquadramento. Veja se a sua máquina possui essa opção, consultando o manual. Na maior parte das máquinas essa função é acionada por meio do botão “Display” ou "Info.", que alterna as várias opções de exibição do monitor.

 Linhas de grade que facilitam a aplicação da regra dos terços na Canon EOS 60D.

No próximo post continuaremos falando sobre enquadramento.

Principais comandos

Vamos ao que interessa. Vamos clicar.

É impossível abordar aqui tudo o que todas as máquinas fazem. São dezenas de fábricas, cada uma com dezenas de modelos. Cada modelo tem um detalhe diferente. Sem falar que um mesmo comando pode ser executado de formas diferentes em duas máquinas. Então o que eu quero fazer aqui?

Minha idéia é mostrar aquilo que toda câmera tem, um pouco do que a maioria das câmeras fazem e algumas funções pouco comuns, mas que podem ser úteis e ajudar na sua decisão de compra. Outra intenção é ajudar você descobrir para que serve “aquele botãozinho” que tem em várias máquinas, inclusive na sua, mas que ninguém sabe para que serve. Um exemplo é aquele com a florzinha, que alguns acham que serve para deixa as flores mais bonitas...

Os livros de fotografia costumam começam pela teoria, a história, a mecânica das máquinas e só aí vão para as funções. Já que esse site é para amadores, eu resolvi começar pelo começo. Primeiro você compra a máquina, depois brinca com ela e, as vezes, resolve dar uma olhada no manual. Só depois é que você aprende como ela funciona. Vou tentar seguir esse caminho natural.

Como já falei um pouco sobre qual máquina comprar, vamos agora ver como fotografar.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Quantos megapixels?

A maioria das pessoas não passa as fotografias para o papel e, quando passa, as imagens não são impressas em tamanhos maiores que 10x15cm (aquele tamanho de fotografia padrão, que a gente guarda nos álbuns de plástico e papel cartão que vêm de graça com as fotos). Para esse tipo de trabalho, uma máquina de uma boa marca, que tenha 3 megapixels é mais que suficiente.

Mas uma máquina com mais megapixels não faria fotos melhores? A resposta é “não”. Uma maior quantidade de megapixels, na prática, aumenta o tamanho do arquivo que vai ser gerado e o tamanho que você pode ampliar uma foto no papel sem perder a qualidade. Em resumo, quanto mais megapixels tem uma máquina, maior será o espaço ocupado por uma foto no seu cartão de memória ou no seu computador. Ah, e maior o preço também.

Eu arrisco dizer que 99% das pessoas que estão lendo este texto nunca precisarão mais do que 5 megapixels. Uma fotografia com 5 megapixels pode ser impressa em uma folha de papel tamanho A4 (essa que você está vendo na sua impressora) com qualidade razoável. Entre uma máquina com 20 megapixels de uma marca mediana e uma máquina de 5 megapixels de uma boa marca, eu fico com a segunda.

Também é preciso cuidado para não levar gato por lebre. Algumas marcas, principalmente as menos conhecidas, anunciam uma quantidade de megapixels que não é efetiva. Informam que a máquina faz fotografias com X megapixels interpolados. De forma simplificada, interpolar é dividir um ponto em dois. Ou seja, a máquina dobra a quantidade de pixels artificialmente, o que geralmente diminui a qualidade da imagem interpolada. Se uma máquina anuncia 10 megapixels interpolados, significa que ela possui 5 megapixels efetivos. Cuidado com essas máquinas. De preferência, evite esses equipamentos.

É claro que uma máquina com dezenas de megapixels tem vantagens. Só que poucas pessoas realmente usam ou precisam usá-las. Mais megapixels significam que você pode fazer impressões maiores. Segue uma tabela com a relação entre a quantidade de megapixels e o tamanho máximo de impressão (com qualidade fotográfica, ou 300 DPI):



Outra vantagem é a possibilidade de ter mais liberdade para fazer cortes depois que a imagem foi feita sem perder qualidade. Se você tem uma fotografia em 10 megapixels, mas só vai imprimir uma foto em 10 cm x 15 cm, é possível corta aproximadamente um terço da imagem em cada dimensão e ainda ter uma fotografia com qualidade excelente.

Mas, vamos ser honestos: quantas vezes você já fez isso?


terça-feira, 5 de junho de 2012

E a câmera do celular?

Afirmo com segurança que as melhores câmeras que equipam os celulares ainda não substituem uma máquina fotográfica. É claro que existem telefones que fazem fotografias de excelente qualidade. Mas esses aparelhos ainda têm problemas difíceis de serem resolvidos:

1º) Os celulares que fotografam com boa qualidade são caros. Não conheço um celular que tenha uma boa câmera que custe menos de R$ 5 mil (valor de janeiro de 2024), ou seja, mais caro que uma reflex ou mirrorless simples.

2º) Dependem de luz natural. Hoje há celulares que fazem boas fotos em baixas condições de iluminação, mas a qualidade cai muito. Os flash integrados não chega nem perto da luz dos flashs das máquinas. Fazer boas fotografias com luz artificial é um desafio. Tente comparar na tela de um computador as fotografias de um mesmo objeto feitas em celular top de linha e com uma máquina digital bem simples, ambas realizadas em baixas condições de luz. Você vai se surpreender com a diferença.

3º) A maioria dos celulares não têm zoom ótico, o que limita muito seu uso. Alguns tentam simular essa função incluindo duas, três e até quatro tentes e alternando entre elas à media que se amplia a imagem na tela. Para não dizer que não existem celulares com zoom ótico, é até possível encontra, mas são raíssimos.
Smartphone Android, com flash de xenon e zoom ótico de 3x (uma raridade). É a Polaroid SC1630. Mas há quem diga que na verdade é uma câmera que roda Android.


Por essas razões, não abandonaria minha reflex por um iPhone ou Samsung top de linha. Fotografar com o celular, tem sido cada vez mais comum para mim. De vez em quando faço uma boa foto com celular, mas eu fico pensando: “Ah, se eu estivesse com uma máquina...!”

Não estou dizendo que um celular não serve para fotografar. Serve sim. As câmeras dos smartfones costumam ter uma boa qualidade, desde que você fotografe ao ar livre, num dia de sol com o objeto parado ou em movimento lento. Qualquer situação diferente disso pode trazer problemas. Eu mesmo tenho algumas fotos bem interessantes feitas com a câmera do meu celular, mas sempre com uma luz a meu favor.

Pôr do Sol na Torre de TV (Brasília-DF) - Ivan Braga
Quando a luz ajuda, é possível fazer boas fotos com a câmera de um celular.
(Samsung Galaxy SII; f: 2.6, t: 1/792 s, ISO: 40, 4 mm)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Filme, médio formato e 3D


Como esse blog é voltado para amadores vou apenas citar alguns equipamentos voltados para profissionais ou que sejam pouco usuais.

Ainda é possível comprar máquinas que utilizam filme. Pouca gente ainda compra esse tipo de equipamento. Para os fotógrafos amadores o mais importante é saber que as reflex de filme são equipamentos excelentes. São úteis em lugares muito frios já que as máquinas digitais param de funcionar em temperaturas muito baixas. Mas a versatilidade das digitais tem deixado as analógicas cada vez mais esquecidas no passado. Se você não é um entusiasta desses equipamentos, mora ou vai trabalhar em uma país gelado ou colecionador, não precisará desses tipo de equipamento.

A clássica FM10 (100% manual) ainda é vendida pela Nikon. Temos uma aqui em casa.


Pouco comuns, as máquinas médio formato são utilizadas por profissionais de estúdio e publicidade. Quer dizer, eram. Hoje quase não se vê. Antes das máquinas digitais, elas eram utilizadas por quem queria fazer ampliações em grandes formatos com alta qualidade. Hoje é possível conseguir algo parecido com máquinas de altíssima resolução (mais de 20 megapixels). Seus filmes tinham a largura de 60mm, enquanto os convencionais eram de 35mm. São caríssimas! Mas ainda existem modelos digitais nesse formato.



A Hasselblad H4D-200MS, em 2012, custava (nos EUA) cerca de 36 mil dólares. Sem a lente! São 50 megapixels efetivos, mas pode gerar imagens de até 200 megapixels! (se alguém se interessar, depois eu explico como)

As máquinas 3D ainda são pouco populares. Normalmente elas utilizam duas lentes para gerar imagens em três dimensões de forma semelhante aos nossos olhos. Mas também há algumas que usam apenas uma lente e, por meio de software, utilizam duas fotos consecutivas e com posição ligeiramente diferente para geram uma nova imagem. Mesmo com a queda nos preços, há obstáculos para sua popularização. Para ver as fotografias em três dimensões só na tela da máquina ou em um monitor 3D, como uma TV 3D (mais cara que a máquina). Para quem gosta de imprimir fotografias elas não trazem nenhuma vantagem (até já existe impressora 3D, mas não serve para imprimir fotografias).
A FinePix Real 3D W1, da Fujifilm, foi a primeira câmera fotográfica digital 3D a ser comercializada.


domingo, 3 de junho de 2012

4º) Você tem alguma necessidade específica?

Por fim, existem máquinas com algumas funções bem particulares que são indicadas em casos bem específico. As características estão presentes em modelos específicos de máquinas compactas. Nas reflex, essas funções costumam necessitar de acessórios.

Super zoom: São máquinas com zoom maior que os habituais 3x ou 4x, normalmente maior que 10x. Indicadas para quem fotografa objetos que estão muito distantes ou para quem não pode aproximar-se do objeto. São ideais para quem gosta de fotografar shows musicais ou gosta de fotografar detalhes de paisagens. Costumam estar entre as máquinas compactas mais caras. O uso do zoom pode deixar a foto tremida, por isso é aconselhável usar um tripé, mesmo que a máquina tenha um sistema de estabilização de imagem. Importante saber que duas máquinas 10x podem ter um zoom máximo diferente. A quantidade de “x” é a relação entre as posições menor (grande angular) e maior (tele) da lente. Por isso, se uma máquina 10x tem uma lente cuja menor distância é 24mm, sua tele máxima é 240mm. Teria uma grande angular menor que uma 18-180mm, mas a tele seria superior.
A Nikon Coolpix P510 é, atualmente (mai/2012), a maior superzoom do mercado. Sua lente equivale a uma 24-1000mm. As lentes que vêm nas das reflex amadoras equivalem a aproximadamente uma 28-170mm 


Subaquáticas: São máquinas projetadas para entrar na água sem nenhuma proteção. Importante observar a profundidade máxima em que a máquina pode seu utilizada. Se você não vai mergulhar com um cilindro de oxigênio, dez metros são mais que suficientes. O preço não é dos maiores, mas as essas máquinas também não costumam ter recursos extraordinários. Se você quer uma máquina com mais recursos, sua opção é comprar uma caixa estanque. As caixas estanques são projetadas para modelos específicos de máquinas. Normalmente só as grandes marcas fabricam esses acessórios, que não são encontrados com facilidade no Brasil.
Olympus Stylus Though-8000: resistente à água (10m de profundidade), ao frio (até -10ºC) e a impacto (quedas de 2m)

Resistentes a frio: As máquinas digitais comuns param de funcionar em temperaturas muito baixas. Por isso, em lugares muito frios, as máquinas que utilizam filme continuam sendo utilizadas. Mas existem máquinas digitais que estão preparadas para temperaturas negativas. Normalmente são as mesmas que estão preparadas para entrar na água, pois possuem vedação que protege seus circuitos da condensação e da infiltração. Sobre o preço, vale o que foi dito sobre as máquinas subaquáticas.

Visor móvel: Ajuda a fotografar em posições em que é difícil ou inviável aproximar a máquina do rosto. Mas também são muito usadas para autorretratos e para os casais se fotografarem sem ajuda de uma terceira pessoa. Antigamente só eram encontrados nas câmeras compactas avançadas. Hoje, já são comuns nas reflex que fazem filmagem em alta definição (HD). Encarecem bastante o equipamento. É comum o visor móvel estar presente nas máquinas Super Zoom.
A Samsung MV800 é um raro exemplo de câmera compacta simples com o visor móvel, mas custa o preço de muita máquina avançada. A vantagem é o tamanho.

sábado, 2 de junho de 2012

3º) Você já conhece fotografia ou vai fazer um bom curso?


Observe que eu disse “vai” e não “quer fazer um curso”. Isso porque você vai precisar de um dinheiro razoável para comprar seu equipamento. Comprar uma máquina avançada e não usar os principais recursos é jogar dinheiro fora.

Mas se você realmente está interessado em investir tempo e dinheiro em fotografia, existem basicamente dois tipos de máquina para você. São as máquinas do tipo reflex (DSLR ou SLR), as mirrorless e as do tipo compacta de uso profissional.


Exemplo de câmera DSLR, ou reflex (imagem de divulgação).

As máquinas reflex são aquelas grandonas, que trocam a lente e muita gente chama de profissional (mas existem reflex amadoras, semi-prfissionais e profissionais). Essas máquinas possuem dois visores por meio do qual o fotógrafo vê o que será fotografado, um digital (telinha) e um ótico (uma lente pela qual o fotógrafo vê a imagem real, sem intermédio de uma tela, muito útil em situações de muita luz). Elas são chamadas reflex por possuir um espelho entre o visor ótico e a lente que permite que a imagem do visor (ótico e não uma telinha digital) seja praticamente idêntico ao da imagem, em tempo real. Quando você clica, o espelho levanta em altíssima velocidade e o sensor digital é atingido pela luz. Hoje isso parece irrelevante, já que qualquer câmera digital ou celular faz isso sem necessidade de espelhos. Mas esses sistema foi criado antes das câmeras digitais, numa época em que o visor ficava deslocado da lente gerando uma diferença entre o que se via na hora da foto e a imagem da fotografia revelada. Mas as vantagens dessas máquinas vão além da precisão da imagem. Elas são muito mais rápidas que as compactas, usam sensores mais avançados, geram imagens de maior qualidade, permitem ajustes mais precisos, além de serem mais resistentes. Em geral, quanto mais caras, melhores essas funções. O preço dessas máquinas pode variar muito. Partindo de pouco mais de R$ 2.500 e chegando a R$ 50 mil, valores de janeiro de 2024. Às vezes a lente é mais cara que a própria máquina. Por isso as reflex amadoras já vêm em um kit com lente simples e as profissionais vêm sem lente.

Exemplo de câmera mirrorless (imagem de divulgação)


As câmeras mirrorless são um avanço permitido pelas tecnologia. É o corpo muito parecido com o de uma câmera reflex, também permitem troca de lentes, mas sem o espelho (saí o nome mirrorless, "sem espelho"). Visualmente, a principal diferença é que essas são mais estreitas, já que o espelhinho dentro da câmera exigia um espaço maior. Como ela não tem espelho, o visor ótimo é substituído por um segundo visor digital, menor, no qual aproximamos um dos olhos para que condições de muita luz não atrapalhem o enquadramento. No mais, são bem parecidas com as reflex. Os preços são ligeiramente mais altos que o das câmeras reflex, considerando máquinas da mesma categoria.


Uma compacta adaptada para o uso profissional Esse modelo tem encaixe para flash (no alto da máquina) como uma de suas principais características.

Já as compactas de uso profissional são máquinas menores que as reflex e as mirrorless, mas com um porte razoável. Suas lentes possuem um bom zoom, mas não podem ser trocadas. Normalmente elas tem flash embutido, mas também têm sapata (encaixe) para flash externo. Tirando isso, elas têm quase tudo que uma reflex amadora tem: quase tão rápidas, quase tão precisas, quase tão versáteis e custam quase o mesmo preço. As únicas vantagens sobre uma reflex amadora são o tamanho e o peso. São úteis principalmente na hora de viajar, mas existem fotógrafos profissionais que as utilizam em estúdio.

As compactas de uso profissional não devem ser confundidas com as máquinas compactas com lentes intercambiáveis. As de uso profissional normalmente oferecem funcionalidades como a possibilidade de conectar um flash externo profissional que deixam a máquina apropriada para uso em estúdio, além da resistência que esse tipo de equipamento pede. Já as compactas com lente intercambiáveis, em sua maioria, são máquinas sem recursos profissionais, mas que permitem que sejam compradas lentes diferentes. Esse tipo de máquina não foi desenvolvido para uso profissional, mas pensando em fotógrafos iniciantes ou entusiastas. Além disso as diferenças de um modelo para o outro são tão grandes que fica difícil enquadrar esse tipo de equipamento em uma só categoria. Mas, definitivamente, não são equipamentos profissionais. Na minha opinião, são mais bonitas que funcionais. O que não quer dizer que sejam máquinas ruins.


Nikon 1 J3, exemplo de compacta com lente intercambiável. Observe que não há encaixe para flash e que, sem a lente, ela se parece mais com uma compacta simples que com uma máquina mais robusta.

Para saber qual modelo escolher é melhor você ler bastante. Quem tem uma máquina desse tipo costuma ser um apaixonado por fotografia e ler sobre o assunto não será um sacrifício (é claro que também existem uns desavisados que compram no impulso). Só que essa paixão costuma se estender às marcas. Por isso, não fique com a opinião de apenas um apaixonado. Leia, pesquise, compare. Forme sua opinião e sua paixão.

Sim, eu também tenho minha paixão. Ela atende pelo nome de Canon. E dois sobrenomes EOS 60D, PowerShot S5IS (ambas bem antigas). Mas também tenho uma Nikon Coolpix P900 (com um lente superzoom) e, pela praticidade, uso muito um celular com câmera avançada. Por isso, minha opinião também é suspeita e vou deixar para as revistas especializadas as comparações entre os modelos. Cá entre nós, nem elas se sentem a vontade para fazer isso.